Oncologia Genética
por Dra Roberta Galvão

Tenho câncer de pulmão com mutação do EGFR, o que isso significa?

Em torno 10 a 20% dos cânceres de pulmão de células não pequenas é causada por uma mutação aleatória em um gene chamado EGFR, que ajuda as células a crescer e se dividir.

O que é câncer de pulmão com mutação do EGFR?
Uma mutação no gene EGFR, que significa receptor do fator de crescimento epidérmico, faz com que as células cresçam sem controles normais e formem tumores. As mutações EGFR geralmente ocorrem durante a vida do paciente, embora em um pequeno número de casos a mutação EGFR possa ser herdada de um dos pais. As mutações do EGFR são encontradas com mais frequência em pessoas que nunca fumaram, mas também podem ocorrer em ex-fumantes.
Conforme recomendações atuais todos os pacientes com câncer de pulmão não pequenas células avançado, particularmente o tipo adenocarcinoma, deve ser testado para mutação no gene EGFR. O teste é realizado no material da biópsia do tumor que pode ser no local primário (pulmão) ou da metástase.

Como o câncer de pulmão com mutação do EGFR é tratado?
Alguns cânceres de pulmão iniciais podem ser removidos por cirurgia, mas se o câncer estiver em um estágio avançado, o tratamento inicial geralmente é um medicamento inibidor oral direcionado à proteína EGFR hiperativa. A terapia alvo direcionada para essas mutações melhora as respostas e a sobrevida livre de progressão em comparação com a quimioterapia em pacientes com câncer de pulmão avançado com mutação do EGFR; É o que chamamos de medicina personalizada ou de precisão. Alguns medicamentos usados para atingir a proteína com o EGFR mutado incluem osimertinibe (Tagrisso), afatinibe (Gilotrif), gefitinibe (Iressa) e erlotinibe (Tarceva). Esses poderosos inibidores de EGFR podem ter efeitos colaterais, incluindo erupções cutâneas e diarreia.

Embora as drogas direcionadas como as citadas acima atualmente disponíveis possam reduzir os cânceres de pulmão avançados por vários meses ou mais, os tumores, mais cedo ou mais tarde, desenvolvem resistência às terapias direcionadas que permitem que o câncer cresça novamente. Quando um medicamento direcionado não é mais capaz de controlar o tumor do paciente, uma nova biópsia do câncer pode ser feita e analisada para procurar alterações no DNA que causam a resistência. Muitas vezes, essas alterações também podem ser identificadas no sangue por meio de uma “biópsia líquida”.

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Cerca de 30% das vezes podemos identificar a mutação de resistência permitindo ao médico prescrever outro medicamento que tem como alvo essa mutação ou oferecer participação em uma pesquisa clínica que está avaliando especificamente novas estratégias para superar a resistência aos medicamentos.

Se você tem diagnóstico de câncer de pulmão converse com seu médico sobre o teste de mutação do EGFR e aqueles que o teste genético mostrou a mutação no EGFR discuta as opções de tratamento disponíveis.

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