Outros fatores reprodutivos e hormonais, incluindo o uso de anticoncepcionais orais, paridade e laqueadura, também pareceram protetores contra o câncer de ovário no estudo, que envolveu mais de 4.000 portadores de variantes deletérias (alterações genéticas) do gene BRCA da linhagem germinativa ( hereditária) observadas em 61 centros em 15 países.
A amamentação mostrou estar anteriormente associada à proteção de longo prazo contra o câncer de ovário entre as mulheres em geral e, especificamente, entre as mulheres com mutações BRCA1 e BRCA2. O novo estudo teve como objetivo levar em consideração fatores como o tempo e a duração da amamentação, paridade e outras exposições reprodutivas e hormonais.
Os resultados deste estudo sugerem um papel forte e protetor da amamentação em mulheres com uma mutação germinativa BRCA1 ou BRCA2 que parece ser independente do uso de anticoncepcionais orais segundo o autor.
O efeito protetor aumentou com a duração da amamentação de um a sete meses, depois se estabilizou. O efeito foi mais forte para mulheres com BRCA2 em comparação com a mutação BRCA1, com reduções significativas do risco de câncer de ovário para 38% versus 29%, respectivamente.
A proteção conferida pela amamentação por sete ou mais meses foi ainda mais forte entre as mulheres que também tinham histórico de uso de anticoncepcional oral em comparação com aquelas que não tinham (OR 0,55 vs. 0,87). O risco de câncer de ovário foi reduzido ao máximo, em 53%, entre as mulheres com histórico de amamentação e uso de anticoncepcionais orais (0,47, P <0,0001).
Mais um evidência da influência de fatores não genéticos no risco de câncer em mulheres portadoras de variantes patogênica no BRCA que possuem alto irsco para câncer de mama e ovário. Desta vez, fatores relacionados a vida reprodutiva como amamentação podem impactar sim! Reduzindo consideravelmente o risco de câncer de ovário nessas mulheres.
Fonte: Gynecol Oncol 2020 Dec;159(3):820-826.