Sem dúvida história familiar de câncer é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de ovário.
Isso se deve em parte pela presença de mutações genéticas hereditárias (herdadas, de família) entre muitas dessas pacientes.
Até 25% das pacientes com câncer de ovário podem ter uma dessas mutações genéticas germinativas (hereditárias). Sendo as mais comuns dentre elas, as mutações nos genes do BRCA 1 e BRCA 2, que estão associados a alto risco de câncer de ovário e câncer de mama. O risco de câncer de ovário para portadores dessas mutações podem ser tão elevado quanto 20 a 40%. Outra síndrome genética relacionada a risco de câncer de ovário é a sindrome de Lynch que também está associada a alto risco de câncer colorretal ( intestino ) e endométrio ( útero).
Em casos onde não identificamos alguma mutação genética hereditária ainda podemos ter um aumento do risco apenas pela presença de história de câncer de ovário na família. Sabe-se que ter história de parente de primeiro grau (mãe, irmã, filha) com câncer de ovário pode aumentar por duas vezes o risco de uma mulher de ter câncer de ovário; esse risco pode aumentar 5x em caso de mais de duas parentes próximas com câncer de ovário, particularmente quando ocorre antes dos 50 anos.
Portanto para entender melhor as chances de uma mulher ter câncer de ovário, o primeiro passo é uma avaliação oncogenética para detalhamento da história familiar, orientação do teste genético e discussão de quais medidas serem adotadas para reduzir esses riscos.