Oncologia Genética
por Dra Roberta Galvão

A história familiar de cancer do lado do pai pode influenciar meu risco de câncer de mama?

Câncer de mama hereditária está associado a presença de alguma variante genética (mutação genética) em genes (partes do DNA) que predispõe ao câncer.

A maioria dos casos hereditários de câncer de mama está associada a dois genes anormais: BRCA1 (BReast CAncer 1) e BRCA2 (BReast CAncer 2). Os homens têm tanta probabilidade quanto as mulheres de terem um gene anormal do câncer de mama. Se eles têm um gene anormal, os homens também têm a mesma probabilidade de passá-lo para suas filhas e seus filhos.

Portanto, uma mulher com uma forte história familiar de câncer de mama ou ovário por parte do pai (mãe ou irmãs do pai) corre o mesmo risco de ter um gene anormal do câncer de mama que uma mulher com uma forte história familiar pela mãe.

Ainda assim, um estudo sugere que as mulheres têm muito mais probabilidade de serem encaminhadas para aconselhamento genético se a história familiar de câncer de mama ou de ovário estiver por parte da mãe e não do pai. Isso pode significa que muitos médicos e as próprias pacientes não estão reconhecem que a história familiar paterna (pai) de câncer de mama e de ovário é tão importante quanto a história familiar materna (mãe) ao considerar o risco do gene anormal do câncer de mama.

Ter um gene BRCA1 ou BRCA2 anormal tem implicações para a saúde de homens e mulheres:

  • Mulheres com mutação genética BRCA1 ou BRCA2 têm até 72% de risco ao longo da vida de desenvolver câncer de mama e um risco ao longo da vida muito maior do que a média de câncer de ovário; as estimativas variam de 17% a 40% para cancer de ovário.
  • Homens com uma variante patogênica (mutação genética) nos genes BRCA1 ou BRCA2 têm até 80 x mais probabilidade de desenvolver câncer de mama do que homens que não têm um gene anormal. Uma variante patogênica no gene BRCA2 em homens também aumenta muito o risco de câncer de próstata agressivo.

Tanto as mulheres quanto os homens com um gene anormal (mutação genética) têm uma chance de 50% de transmitir o gene anormal para seus filhos.

Todas as mulheres devem contar a seus médicos sobre as histórias de cancer das famílias de suas mães e de seus pais, especialmente qualquer história de câncer de mama, de ovário, próstata e pâncreas. Ter uma história familiar de câncer de mama ou de ovário em parentes de primeiro grau em ambos os lados pode ser um indicador de uma predisposição genética ao câncer de mama e/ou ovário.

Se a família de sua mãe ou pai tem um histórico familiar forte, você pode considerar o teste genético para identificar alguma variante genética (mutação) relacionada a predisposição ao cancer. Saber os resultados pode ajudá-lo a desenvolver o melhor rastreamento do câncer e estratégias de redução de risco, bem como informar outros membros da família sobre presença de alguma mutação genética (variante genética).

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