Oncologia Genética
por Dra Roberta Galvão

Câncer de estômago em pacientes jovens: uma pista para o câncer hereditário.

O câncer de estômago, também chamado de câncer gástrico, em qualquer parte do estômago (cardia, fundo, corpo, piloro) e pode se espalhar para os gânglios linfáticos próximos e outras partes do corpo, como fígado, ossos, pulmões e ovários em mulheres.

A maioria dos cânceres de estômago é um tipo chamado adenocarcinoma, outros tipos menos comuns são os linfomas gástricos, sarcomas e tumores neuroendócrinos. A maioria das pessoas com diagnóstico de câncer de estômago tem entre 60 e 70 anos.

Dentre os fatores de risco para o câncer de estômago encontramos: infecção pela bactéria Helicobacter pylori ( identificada pela endoscopia digestiva alta e pode ser tratada com antibiótico), dieta ( comer uma dieta rica em sal tem sido associada a um risco aumentado de câncer de estômago), tabagismo, consumo de bebida alcoólica, obesidade (particularmente em homens) , doenças prévias como anemia perniciosa ( deficiência de vitamina B12) e cirurgia prévia do estômago.

Além desses fatores de risco, ter uma história familiar de câncer gástrico ou alguma síndrome genética de predisposição ao câncer também podem estar relacionada ao risco de câncer de estômago.

Pessoas que têm pais, filhos ou irmãos com câncer de estômago têm maior risco de contrair a doença. Além disso, doenças genéticas hereditárias, como síndrome do câncer gástrico difuso hereditário, síndrome de Lynch, síndrome de câncer de mama e ovário hereditário (HBOC) e polipose adenomatosa familiar (FAP – ‘síndrome hereditária de pólipos intestinais’) podem aumentar o risco de câncer de estômago.

O que nos deve sempre alertar sobre a suspeita de algum fator hereditário além da história familiar é a idade jovem ao diagnóstico do câncer de estômago. Conforme recomendações atuais é indicado a avaliação oncogenética para risco de câncer para todo paciente com diagnóstico de câncer gástrico com menos de 40 anos assim como os familiares de primeiro grau desses pacientes. Pacientes com câncer gástrico, particularmente abaixo 50 anos, com história familiar de câncer suspeita para alguma síndrome de predisposição ao câncer também devem ser avaliados.

A avaliação oncogenética permite o diagnóstico da síndrome hereditária relacionada ao risco de câncer, que pode contribuir no tratamento do paciente e em medidas preventivas para o paciente e familiares.

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