Por outro lado existem fatores de risco para câncer de pâncreas que chamamos não modificáveis e nesse grupo incluímos ter uma história familiar de câncer de pâncreas e/ou ter mutação genética (variante genética) que aumenta o risco de câncer de pâncreas.
O câncer de pâncreas pode acontecer em vários indivíduos em uma família e/ou pode estar relacionado a doenças genéticas que aumentam o risco de outros tipos de câncer. Isso é chamado de câncer pancreático familiar. Você e sua família podem estar em risco se dois ou mais parentes de primeiro grau ou pelo menos três membros da família tiverem sido diagnosticados com câncer de pâncreas. Os parentes de primeiro grau incluem pais, filhos e irmãos.
Mudanças genéticas herdadas (mutações) podem ser transmitidas de pais para filhos. Essas alterações genéticas podem causar até 10% dos cânceres de pâncreas. Às vezes, essas mudanças resultam em síndromes que incluem aumento do risco de outros tipos de câncer (ou outros problemas de saúde). Exemplos de síndromes genéticas que podem causar câncer pancreático incluem:
- Síndrome de câncer de mama e ovário hereditário, causada por mutações nos genes BRCA1 ou BRCA2
- Câncer de mama hereditário, causado por mutações no gene PALB2
- Síndrome do melanoma maligno atípico familiar (FAMMM), causada por mutações no gene p16 / CDKN2A e associada a melanomas (câncer de pele e olhos)
- Pancreatite familiar, geralmente causada por mutações no gene PRSS1
- Síndrome de Lynch, também conhecida como câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC), mais frequentemente causada por um defeito nos genes MLH1,MSH2, MSH6, PMS2.
- Síndrome de Peutz-Jeghers, causada por defeitos no gene STK11. Essa síndrome também está associada a pólipos no intestino e vários outros tipos de câncer.
Em outras famílias, o gene que causa o aumento do risco não é conhecido. Embora a história familiar seja um fator de risco, a maioria das pessoas com diagnóstico de câncer de pâncreas não tem história familiar.
A identificação de câncer pâncreas familiar e/ou alguma dessas mutação genéticas são importantes não só para o paciente quanto para sua família; Os pacientes podem se beneficiar de tratamento específicos direcionados para essas mutações genéticas (como por ex medicamentos como inibidores da PARP – olaparibe) enquanto seus familiares podem se beneficiar de medidas preventivas como exames para rastreamento (preventivos) para câncer de pâncreas (ex. ressonância magnética) e outros tumores que podem estar relacionados como câncer de mama e/ou intestino.
Mesmo sem uma forte história familiar, as pessoas com diagnóstico de adenocarcinoma pancreático devem procurar um especialista em oncogenética para discutir a realização do teste genético para câncer de pâncreas hereditário. Pessoas com histórico familiar de outros tipos de câncer que têm mutações genéticas em comum com o câncer de pâncreas como por exemplo câncer de mama e câncer de ovário também devem ser considerados para avaliação oncogenética.