Para mulheres com variante genética no gene do BRCA1 o risco de câncer de ovário pode chegar a 40% enquanto que aquelas com variante genética no gene do BRCA2 este risco é cerca de 20% durante toda a vida.
Sabemos que não há exames de rastreamento (isto é, de acompanhamento) efetivo para diagnóstico precoce de câncer de ovário e portando a única medida preventiva eficaz é a cirurgia redutora de risco chamada de salpingooforectomia bilateral profilática que consiste na remoção de ambos os ovários e trompas de Falópio.
Importante lembrar que o câncer de ovário não é detectado pelo exame preventivo (papanicolau) que as mulheres fazem em sua rotina ginecológica para prevenção de câncer de colo de útero, assim como ultrassonografia transvaginal e a dosagem do CA 125 não são efetivos na detecção precoce do câncer de ovário e não devem ser utilizados como rastreamento.
O risco de câncer de útero (endométrio) e colo de útero não parecem estar aumentados em mulheres com mutação genética nos genes BRCA 1 e 2. Por isso, a cirurgia para remoção do útero (histerectomia) não é recomendada como medida redutora de risco. A menos que outras condições clínicas como miomas ou pólipos endometriais estejam presentes ou se a mulher considerar terapia de reposição hormonal após a salpigooforectomia.
Portanto ao se considerar cirurgia redutora de risco de câncer em mulheres portadoras de mutações genéticas em genes como BRCA 1 e BRCA2 é indispensável uma discussão com oncogeneticista para esclarecer riscos e benefícios e a indicação de cada procedimento.